Recaatingar: O Reflorestamento do Bioma Exclusivamente Brasileiro
"Caatinga" vem do Tupi-guarani e significa "Mata Branca". O termo descreve um pouco dos aspectos da vegetação na sua estação seca, onde perde suas folhas e suas árvores deixam à mostra os troncos esbranquiçados.
1 - Ocupação no território brasileiro
A Caatinga ocupa uma área de aproximadamente 845 mil km2, o que representa cerca de 10% do território nacional.
Ela abrange nove estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o nordeste de Minas Gerais, no vale do Jequitinhonha.
2 - Clima da Caatinga
O clima é caracterizado por uma longa estação seca e com chuvas irregulares, fortes e com curto período de tempo. As chuvas são concentradas em um período de 3 a 6 meses.
São características extremas quando comparadas aos demais biomas brasileiros. Este possui a mais baixa precipitação anual (<1000mm), as mais altas temperatura média anual, radiação solar e mais baixa taxa de umidade relativa.
3 - Vegetação da Caatinga
A Caatinga é afetada por secas extremas e períodos longos de estiagem, por isto, a vegetação do local precisou se adaptar.
Assim, a flora é bastante diversificada, formada por árvores de pequeno porte e espaçadas entre si.
Dentre elas, há muitas espécies endêmicas (espécies que ocorrem apenas nessa região).
A vegetação apresenta 3 estratos:
Arbóreo: espécies que variam entre 8 e 12 metros de altura;
Arbustivo: espécies que variam entre 2 e 5 metros de altura;
Herbáceo: espécies com altura de 2 metros de altura.
Outras características da flora da região são a casca das árvores grossas e as folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes.
Algumas plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva.
Algumas das espécies mais comuns da região são a amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba, macambira, mandacaru e juazeiro.
4 - Animais da Caatinga
A fauna da Caatinga também é bastante diversificada, apresentando diversas espécies de répteis, anfíbios, aves e mamíferos.
Muitas espécies de animais encontradas na Caatinga são endêmcias, sendo 13 espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 espécies de peixes e 15 espécies de aves. Dentre as espécies de animais que podem ser encontradas na Caatinga:
Tatu-bola: endêmico do Brasil e vive principalmente na Caatinga, podendo também ser encontrado no Cerrado. É uma espécie que está em perigo na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, por causa da destruição e alteração de seu habitat natural.
Arara-azul-de-lear: uma ave que vive somente na Caatinga baiana e está ameaçada de extinção, sendo sua principal ameaça a caça para o tráfico de animais e destruição do habitat em que vive.
Preguiça-de-chifres: animal endêmico da Caatinga e vive em ambientes que apresentam galhos secos para se camuflar e se proteger de predadores.
5 - Degradação da Caatinga
A paisagem natural e única desse bioma tem perdido suas característica em decorrência de seu uso inadequado pelas atividades socioeconômicas.
As alterações se dão em decorrência da exploração de madeira para combustível até a substituição da vegetação nativa por práticas agrícolas inadequadas.
Com isso, toda essa devastação, aliada as característica do clima, fez a Caatinga entrar em processo de desertificação.
A atividade industrial e a construção civil também são responsáveis por parte da degradação da Caatinga.
Alguns exemplos são a extração em áreas de empréstimo, para obtenção de areia, pedra, piçarra, etc., que acarretam em impactos significativos, que muitas vezes, só podem ser revertidos com a intervenção do homem através de plantios florestais.
6 - Recaatingar
Recaatingamento é a prática de reflorestamento da região da Caatinga.
Esta iniciativa implica no replantio de espécies nativas ou adaptadas na região.
Alguns exemplos do desenvolvimento dessa prática:
Sítio Axixá
O Sítio Axixá na Bahia passou por transformações nos últimos anos pelo desenvolvimento de práticas agrícolas convencionais. O solo estava ficando degradado e os animais nativos já não apareciam mais.
Quando então perceberam a necessidade de restaurar este ambiente. O plantio de árvores trouxe de volta os animais e beneficiou a cobertura do solo.
A propriedade tem 5 hectares e conta com o reflorestamento de 25 mil espécies. A meta do Sítio é chegar a 50 mil espécies nativas. Lá possui espécies de Copaíba, Jacarandá, Sibipiruna, Ipê-branco, Ipê-rosa e Guabiroba, dentre outras.
Embrapra Agrobiologia, Petrobras e UFERSA
Desde 2007, a Embrapa Agrobiologia atua na recuperação de áreas degradadas na Caatinga, relacionadas especialmente à extração de piçarra, petróleo e gás.
O trabalho é desenvolvido em conjunto com a Petrobras e a UFERSA (Universidade Federal Rural do Semiárido).
As pesquisas culminaram em uma metodologia que possibilita o crescimento rápido de espécies arbóreas e arbustivas em solos em que ocorreram atividades de produção de petróleo e gás natural.
Em 2010, a Embrapa juntamente com seus parceiros neste trabalho, lançou o Manual para recuperação de áreas degradadas por extração de piçarra na Caatinga.
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Fontes:
EMBRAPA; Acesso em 25 de abril, 2021;
R7; Acesso em 25 de abril de 2021;
BIOLOGIA NET; Acesso em 25 de abril de 2021;
WWF Brasil; Acesso em 25 de abril de 2021;
TODA MATÉRIA; Acesso em 25 de abril de 2021;
RÁDIO BRASIL DE FATO; Acesso em 25 de abril de 2021;
Imagem 1 - conhecimentocientifico.r7.com; Acesso em 25 de abril, 2021; Imagem 3 a 10 - todamateria.com.br; Acesso em 25 de abril, 2021; Imagem 11 - todoestudo.com.br; Acesso em 25 de abril de 2021; Imagem 12 - https://www.facebook.com/sitio.axixa/; Acesso em 25 de abril, 2021;
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