Como funciona uma Estação de Tratamento de Água?
Atualizado: 2 de fev. de 2021
Sabemos da importância que a água tem em nossas vidas. Sem água, ou com água sem o tratamento adequado, não seria possível para o ser humano realizar as tarefas mais simples do dia-a-dia. O que muitos não sabem é: como ela chega limpa até a torneira de nossas casas?
Esse caminho envolve muita ciência. Para que tenhamos uma água de qualidade que atenda aos requisitos legais de potabilidade, diversos processos são empregados a fim de garantir um padrão.
Esse processo de tratamento, desde a captação em rios, lagos ou poços é fundamental, principalmente para a saúde da população, evitando assim, vírus, bactérias e impurezas capazes de disseminar várias doenças. No entanto, cada município pode adotar diferentes técnicas de tratamento, a depender das necessidades e características da sua rede de abastecimento.
Quando a captação é feita em rios e lagos, é mais frequente que a água seja encaminhada para uma Estação de Tratamento de Água (ETA). E aqui vamos falar um pouco sobre as etapas mais frequentes dentro de uma ETA, para que assim, você lembre ou conheça um pouco mais sobre como ela funciona.
Da Captação à Reservação.
Antes de tudo, você sabia que A Estação de Tratamento de Água do Guandu está no Guinness Book, O Livro dos Recordes? Está sim! Como a maior estação de tratamento de água potável do mundo em produção contínua. É claro que, desde a inauguração da primeira etapa em 1995, a ETA Guandu passou por várias ampliações e melhorias, permitindo a vazão que tem hoje.
O princípio do funcionamento de uma ETA está basicamente na limpeza e tratamento da água por etapas, e algumas delas podem até ser dispensadas, dependendo do estado inicial da água.
1. Captação:
A água, ainda com resquícios de sujeira e bactérias, é captada em rios e mananciais por meio de grandes bombas instaladas para puxar e levar até um gradeamento, removendo assim sólidos grosseiros como galhos, pedras, folhas, troncos, peixes e outros.
2. Adução:
Transporte de água do manancial ao tratamento, normalmente por meio de bombas que levam a água captada até a ETA.
3. Coagulação:
Essa é a etapa inicial em uma ETA, logo após a captação da água diretamente do manancial e entrada na estação. Trata-se, na verdade, de um processo físico e químico onde se adiciona uma substância com o objetivo de desestabilizar as partículas de sujeira. Como assim?
Na água que será tratada, existem sujeiras cujas partículas são muito pequenas. Dessa forma, elas não se sedimentam (não afundam) sob a ação da gravidade. Por isso é preciso adicionar químicos à água. No Brasil, geralmente é utilizado o sulfato de alumínio. Esse produto favorece a união partículas em sólidos maiores, formando os flóculos, que mais pesados finalmente descerão para o fundo.
4. Floculação:
Agindo em conjunto com a etapa anterior, a água é submetida à agitação mecânica, com a finalidade de aumentar a dispersão do produto químico e, assim, as partículas de sujeira desestabilizadas colidem umas com as outras e vão se unindo, formando flocos maiores e mais pesados.
5. Decantação:
É um processo físico, onde a água se torna bastante clara e quase livre de partículas. Essa etapa ocorre basicamente com a separação das partículas sólidas de impureza na água pela ação da gravidade: para isto, é necessário que a água fique parada por um longo período num dispositivo conhecido como decantador, que permite a retirada da água pela superfície (onde ela está mais limpa). E os sólidos sedimentam no fundo, onde são removidos como lodo.
6. Filtragem:
Apesar de estar aparentemente limpa após o processo de decantação, a água ainda apresenta bastante impureza, e por isso, é necessário filtrá-la. Dessa forma, a água passa por diversos meios filtrantes, como por camadas de areia grossa, areia fina, cascalho, pedregulho e carvão, capazes de reter os flocos que passam sem decantar-se, ou outras impurezas.
É claro que para garantir uma boa filtragem, é importante que o filtro não seja mantido em funcionamento por muito tempo sem uma limpeza adequada. E pensando também dessa forma, como o filtro precisa ser constantemente lavado, fazem-se necessário em uma ETA, no mínimo, dois filtros.
7. Desinfecção/Cloração:
Nessa etapa, é feita a adição de cloro, para que a água saia da estação de tratamento livre de bactérias e vírus, se tornando potável. Recebe também flúor para proteção dos dentes e um controle de pH.
E por fim, a água chega a sua casa pronta para o consumo.
8. Reservação:
Não é uma etapa de tratamento propriamente dita, porém, vale explicar que a água é armazenada em reservatório, com duas finalidades: Manter a regularidade do abastecimento e atender às demandas excessivas, como as que ocorrem em período de calor intenso.
O CUIDADO EXTRA:
Apesar de tudo, não podemos deixar de falar que a quantidade de esgoto que é despejada no Rio Guandu (que abastece o estado do Rio de Janeiro) vem aumentada nos últimos anos. Será possível um segundo Tietê?
Devido a milhões de litros de esgoto que recebe todo dia dos municípios em seu entorno, o Guandu já vem sentindo o impacto. E a sociedade também. Por isso, reforçamos a importância de ter sempre uma análise de água atualizada. Tratar água é diferente de tratar esgoto!
Além disso, os cuidados não devem ficar apenas com a distribuidora. Devemos cuidar também de nossas caixas e reservatórios mantendo-os sempre limpos.
Gostaria de saber se a água que está consumindo está dentro dos padrões? Entre em contato conosco. A Flora espera que tenha gostado do conteúdo! Siga nosso blog e nossas redes sociais para não perder nenhuma novidade.
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